Hoje senti-me imprestável, senti que apenas encontro-me a gastar dinheiro e forço de pessoas que de todo fazem para que eu possa ter uma vida melhor…
Sinto-me mal, sinto que todo o que faço não é bem feito, todo o que vivo, não esta correcto… Vivo sempre como se tivesse uma corda ao pescoço, corda essa, que tento ao máximo desapertar…
Sempre tive medo de não ser um bom filho, de até mesmo errar! Nunca apanhei bebedeiras, nunca fiz nada inconscientemente, nunca fiz nada que conseguisse dizer: “Tenho orgulho do que fiz”… Sinto apenas que não sou merecedor dos esforços que as pessoas que gostam de mim fazem, sinto às vezes necessidade de correr e fugir de locais, devido ao meu estranho medo de cometer algum deslize, de dizer que nunca tentei, que nunca experimentei, que nunca vivi….
Será que me encontro numa fase de negação, onde tento apenas ver o que existe de mau em mim??? Sei que também tenho qualidades, mas será que com essas mesmas qualidades consigo sobrepor as minhas lacunas??
Porquê??? Porque tento ao máximo complicar a minha vida, deveria ser mais um inconsciente como outros tantos, que apenas desejam da vida o máximo que esta lhes possa dar…
Deveria projectar-me em modelos mais vulgares, que pouco ao nada querem da vida, e que tentam ao máximo atingir a vida que querem, subindo sobre os ombros daqueles que nunca tentaram ou tiveram medo de tentar subir…
Frase do dia: “Posso sentir muito mal por ser como sou, mas nunca em tempo algum faço alguém sofrer para ganhar alguma coisa com isso!”
Sinto o vento a bater no meu cabelo… Tenho uma enorme vontade de fugir do mundo e refugiar-me num pequeno espaço, onde nunca pudesse ser encontrado….
Sei que não deveria falar assim, pois a alma estes dias pouco ou nada de construtivo posso formalizar.
Mas, o vazio que sinto dentro deste pequenino coração, ainda em fase de crescimento lento, já é um sofrimento de um coração experiente e farto de levar com as apunhaladas da vida.
Sofrimento que aos poucos e poucos flagela o meu corpo, a minha mente, até mesmos os meus sonhos, tornando estes em meros e terríveis pesadelos. Mitigados apenas, apenas pela tua doce e efémera voz, que raras ou mesmo nenhumas vezes tenho o prazer de ouvir…
Quando vou para a cama, ainda tenho aquela maldita preocupação de não ocupa-la toda.. Lembro-me tão bem como se fosse hoje mesmo, a entrares com pés de veludo e teres mil e um coitados quando fechavas a porta, com medo de me acordares, sempre foste muito preocupada com essas pequenas acções, tiravas a roupa e vestias o pijama que tanto adoravas.. Acho que se passasses mais de uma noite sem dormires com ele, entravas em paranóia… (Agora até surgiu um vago e repentino sorriso nos meus lábios…) Para entrares na cama, primeiro sentavas-te ao pé da mesa de cabeceira, colocavas as pernas sem me tocares, pois sabias que acordava logo, entravas depois de mansinho e agarravas-te a mim. Nunca percebi porque é que fazias estes passos todos, se no final de contas querias sempre que acordasse para poderes dar-me um beijo de boa noite… Acho que já fazia parte do nosso ritual… Depois agarravas-te a mim e contavas-me o que se tinha passado no teu trabalho e como estavam a correr as coisas… Adorava ouvir-te contar o que se passava contigo diariamente, era como se tivesse lá… Depois adormecias e não largavas o meu corpo, acho que era uma maneira de saberes sempre que eu estava lá contigo, para o que desse e viesse…
Tenho tantas saudades todas… Porque é que a vida te levou em primeiro… Sinto a nossa cama como um mar, onde me afogo aos poucos, com a sua imensidão. Queria que voltasses-me a agarrar e a estares comigo como era dantes… Sinto falta de ti…